O website Judo Crazy publicou uma análise bem interessante sobre as tendências técnicas nas competições de judô, em especial no último Mundial de Judô de Chelyabinsk 2014. Confira abaixo os Top 10 das tendências (sem ordem de importância ou relevância):

1 – Ura Nage está popular

O ura-nage cada vez mais popular

O ura-nage cada vez mais popular

Muitos atletas de todo o mundo estão fazendo ura-nage, que na verdade não é uma técnica comum no judô. No passado, essa técnica foi freqüentemente utilizada pelos atletas de países do Leste Europeu. Mas hoje em dia, todo mundo faz isso. Os atletas de vários países, homens e mulheres, grandes e pequenos. Haviam tantas tentativas de ura-nage que era difícil não notá-lo. Mas havia também muitas tentativas falhas onde o ura-nage foi anulado. Várias lutas importantes foram conquistados dessa forma.

2 – Golpes de quadril é puro quadril

Há também um ressurgimento dos golpes de quadril. Normalmente, golpes de quadril são populares entre os atletas mais pesados e grandes. Os pesos pesados em particular, amam os golpes de quadril. Para pesos leves, golpes de quadril foram normalmente limitados a sode-tsuri-komi-goshi, que é feito mais como um seoi-nage do que um golpe de quadril. Mas hoje em dia, mesmo os pesos mais leves usam golpes de quadril. Novo campeão -48 kg do Japão, a técnica favorita do Ami Kondo parece ser o harai-goshi. Em -60kg, dos homens, da Geórgia, o Amiran Papinashivili e do Japão, o Naohis Takato também favorecem golpes de quadril. Uma das técnicas de quadril, que é realmente uma tendência perceptível é melhor descrito como utsuri-goshi, o que começa como um ura-nage para trás, mas, em seguida, rapidamente se transforma em uma projeção para a frente. Primeiro popularizado por Takato, agora se vê muitos atletas tentando com isso.

3 – O surgimento do soto-makikomi

Soto-makikomi é uma técnica que muitos instrutores de judô desaprovam. Talvez porque envolve envolver o adversário ao seu redor e rolando-os para baixo, ele é considerado como uma técnica um tanto inábil que depende de força bruta. Mas atletas como o da Ucrânia, Georgii Zantaraia, transformaram-na em uma técnica de muita habilidade. Embora não seja tão comumente visto como ura-nage e golpes de quadril, soto-makikomi aconteceu com bastante regularidade que é justo dizer que ele se tornou uma técnica popular.

4 – Contra ataque de montar e rolar ficando muito comum

Provavelmente o contra-ataque mais comum que vemos hoje é o de montar e rolar. Isso acontece quando um adversário tenta Uchimata. Em vez de um sukashi, que é a forma usual de técnica contra um Uchimata, muitos jogadores realmente montar sobre o ataque e derrubam seu oponente para o seu lado. Muitas lutas foram ganhas desta maneira.

5 – Muitos overthrows

Houve tempo em que, se você conseguia lançar o seu adversário para o ar, era quase uma certeza que você iria acabar com um ippon. Não mais. Judocas são muito mais acrobático do que os atletas do passado. Atletas como Charles Chibana do Brasil e Georgii Zantaraia da Ucrânia são quase como ginastas em sua capacidade de girar no ar e, finalmente, pousar na sua frente. Em sua batalha épica contra o japonês Masashi Ebinuma, Campeão do Mundo, Zantaraia revelou-se impossível de jogar, embora ele tivesse sido muitas vezes arremessado no ar. Na final, Ebinuma teve que confiar nas faltas para vencer. Mas Zantaria e Chibana não são os únicos. Muitos jogadores em todas as categorias de peso diferentes estão ficando cada vez melhor na escapada de projeção ainda no ar.

6- Jogo de Shido

O propósito da introdução de várias novas regras da FIJ é incentivar maiores projeções e jogos menos tático. Mas os atletas se adaptaram rapido e hoje vemos um monte de atletas envolvidos no jogo de shido, que tem como o objetivo ganhar via penalidades. Muitas lutas foram determinadas dessa forma, em vez de com projeções. Mesmo o evento mais esperado, a final da categoria pesado masculino, foi ganha dessa forma. Teddy Riner da França, em vez de jogar o seu adversário, acabou contando com penalidades para a vitória.

7 – Golden Score determinado por shido

Isso é algo relacionado com o ponto anterior (jogo de shido). As lutas que foram para a Golden Score foram muitas vezes determinadas por shido. Árbitros foram (com razão, na minha opinião) muito rápidos para dar Shidos quando os atletas estavam no Golden Score. No momento em que um atleta facilita um pouco, ele ou ela receberia um shido. É por isso que tantas lutas que foram para o Golden Score foram determinadas por shido ao invés de uma projeção.

8 – Pegada dupla na manga

Árbitros são rápidos para dar shido para os atletas que se recusam a disputa de pegada. Assim, muitos jogadores fazem aderência seus adversários, mas estamos vendo muitas situações em que ambos os atletas adotam uma dupla pegada na manga em que nada ocorre. Muitas das vezes, os atletas estão segurando a ponta da manga de seus oponentes. No passado, isso normalmente daria um shido. Tal aderência raramente é penalizada nos dias de hoje.

9 – Árbitros são rigorosos quanto ao sair da área

Muitos shidos foram dadas por sairem da área e muitas lutas foram vencidas e perdidas dessa maneira. É impressionante como muitos atletas experientes permitiram-se serem pegos assim. Às vezes, a diferença entre uma vitória e uma derrota é um shido. E muitas Shidos foram dados aos atletas por sairem da área. Do Japão, o campeão do do mundo no Rio em 2013, Naohisa Takato, perdeu a luta dessa forma.

10 – Retornos falhos

Nunca é fácil realizar um retorno como favorito. No passado recente, vimos como os atletas como o da Rússia Alexander Mikhaylin e a francesa Lucie Decosse miseravelmente falharam ao seu retorno como favoritos. Em Chelyabinsk vimos três atletas fazerem um bom retorno: do Japão Kaori Matsumoto, do EUA Kayla Harrison e o russo Tagir Khaibulaev. Todos os três não conseguiram chegar à final, embora Harrison conseguiu ganhar o bronze.

Fonte: http://www.judocrazy.com/2014/08/world-championship-trends.html