Em 1917, Jigoro Kano escreveu que “o objetivo final do judô é buscar a auto-perfeição para dar uma contribuição à sociedade, não para satisfazer os próprios desejos egoístas. Assim, apreender o verdadeiro significado de Judo e agir correspondentemente ao seu espírito é compreender que toda ação deve ser baseada no ideal mais nobre”.

Sarah Menezes e Rafaela Silva representaram os atletas do Judô na reunião com o MPT

Sarah Menezes e Rafaela Silva representaram os atletas do Judô na reunião com o MPT

Assim, sem dúvida que a prática do Judô, para Jigoro Kano, não era uma mera prática esportiva mas sim, uma prática onde o Judô deve ser aplicado em todas as nossas ações e ativismos sociais, buscando contribuir a sociedade independentemente de nossos desejos egoístas. Por isso, ao descrever o Jita Kyoei, Jigoro Kano enfatiza que “não devemos ser apenas cidadãos passivos, mas temos de nos empenhar em promover essa forma de interação social e contribuir para o avanço da sociedade”.

O Judô praticado plenamente como pensava Jigoro Kano envolve, necessariamente, uma prática ativa (e não passiva) e social. Um exemplo disto foi uma nobre ação tomada pela Confederação Brasileira de Judô, ao assinar um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Trabalho visando estabelecer uma série de medidas para prevenir e educar casos de assério moral e sexual no esporte. Infelizmente, em pleno 2018, ainda há muitos relatos de abusos sexuais, morais, e machismo no esporte.

O termo assinado pela CBJ envolverá portanto divulgar uma cartulha com normas de conduta para atlétas e técnicos, criar canais de denúncia para as vítimas de assédio sexual e moral, além de eventos educativos, sempre com a intenção de atacar a raíz do problema.

Esta ação da CBJ, sem dúvida, é um grande exemplo de Jita Kyoei e de participação ativa como entidade e como cidadãos. Devemos divulgar e fazer também a nossa parte através de denúncias e combate a todo tipo de prática que cause dano a outro cidadão. Como diria Jigoro Kano, Isso é Judô.