No sábado (12/02), eu assisti ao vivo a luta da lenda Emelianenko Fedor, e tive sensações distintas. Na verdade foi na madrugada de domingo, me encontrava sozinho enquanto minha noiva dormia ao meu lado, eu estava com o netbook no colo tentando achar um “link” para assistir à “peleja” tão esperada. Me senti como na época do extinto Pride onde virava noites em claro sozinho esperando lutas que entraram para história. Hoje, assistir ao UFC sempre é uma festa com muitos convidados.
Fedor - Um lutador de verdade!
No começo da luta principal, como brasileiro estava torcendo pela vitória de Pezão, mas totalmente desacreditado nela como a maioria. Pois ele estava enfrentando nada mais nada menos que o “Andróide” Fedor. O homem que venceu Minotauro duas vezes em sua melhor fase, que sobreviveu ao suple de Kevin Randleman, e derrubou inúmeras “montanhas” apenas com um soco. Sei que ele vem de derrota para Werdum, porém uma derrota por finalização como foi, pode sim ser facilmente caracterizada como uma fatalidade. Achava eu que Silva aquela noite seria mais uma vitima de Fedor.
Porém não foi isso que aconteceu. Eu senti muita confiança no olhar de Pezão e seu adversário se encontrava com o mesmo olhar de “peixe morto” característico dele. A luta se deu início e a lenda começou a sofrer um massacre nunca imaginado por ninguém. O sentimento era que Fedor iria tirar uma “carta da manga” ou uma “bomba” a qualquer momento e iria vencer a luta, mas essa coisa mirabolante não veio e Emelianenko estava me parecendo simplesmente um “mortal”. Como poderia o Imperador sofrer o que o que sofreu no segundo round a ponto de não poder voltar ao round final.
Fedor vs Minotauro
Fim de luta e o anuncio da vitória de Pezão me deixou feliz, porém eu via do outro lado um perdedor que não estava acostumado a engolir aquilo, e por mais humilde que ele pareça, ele já havia incorporado o “manto” da invencibilidade. E a derrota dele me trouxe um sentimento estranho. Será que eu desejava mesmo a derrota de um invencível. Quando ao final em entrevista ele comentou uma possível aposentadoria aquilo me trouxe o sentimento que tive quando criança quando li a revista em quadrinhos da “Morte de Superman”. Como pode um super-herói ou super-vilão ser vencido? Fedor não pode simplesmente abandonar seus fãs. A despedida de uma lenda deve ser apoteótica e não como se fosse um mero mortal.
Eu torço para que esse fim não tenha chegado ainda. Pois carrego dentro de mim um orgulho de poder dizer as futuras gerações que eu vi Emelianenko Fedor lutar, e vou sempre dizer: “Aquilo é que era lutador“.
Antes de concordar com cada palavra desse texto, gostaria de elogiar o sentimento e a habilidade com que o Sensei Tiago Jacaré transcreveu o que para muitos foi um momento de glória com a derrota do “invencível” Fedor num relato mais puro de um verdadeiro apaixonado por artes marciais, onde a beleza e a glória não exalta apenas o vencedor mais também o bravo vencido.
Parabéns